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O Doce Sabor da Dieta Judaica

Minha imersão no universo Judaico promoveu em mim grandes e profundas mudanças. Uma delas, e talvez a mais importante, foi no campo da alimentação. Meu sincero e intenso envolvimento religioso foi, sem dúvida, um dos fatores que mais contribuíram para a minha dieta definitiva.
Vou resumir alguns pontos que considero relevantes, pra que você possa entender como isto aconteceu.
Vegetarianismo
Tão difícil quanto assumir o controle sobre os meus hábitos alimentares, foi conseguir retirar definitivamente da minha dieta, a carne.
Lembro-me que desde muito jovem, me incomodava o fato de ingerir carne, por pena dos bichinhos... E assim como incontáveis vezes iniciei um regime de emagrecimento para desistir no dia seguinte (ou até mesmo antes de começar), retirei carnes e derivados, incluindo peixes, ovos e leite, para recair posteriormente, cheia de remorsos, diante das tentações.
Alguns anos atrás, assisti a um vídeo em uma rede social no qual a Mãe de um garoto, que deveria ter aproximadamente cinco anos, capturou o momento em que o filho descobriu que aquele filé suculento que estava em seu prato, já tinha sido uma galinha viva. A criança estava em estado de desespero, e aos prantos, perguntava a Mãe ‘como pode matar os bichinhos para comer?!’. Imagino que na cabecinha dele, o problema formulado seria o mesmo que me incomodou por anos: se respeito a vida e a natureza, e gosto tanto dos animais, como posso aceitar a ideia de sacrificá-los para me alimentar? Como lidar com esta culpa?!
Há mais de seis anos não como nem carne bovina, nem aves. Porém, hoje, os motivos que sustentam esta restrição, são outros. Mas os peixes, os ovos, o leite e derivados, continuam a fazer parte da minha dieta.
Preceitos da religião que adotei há alguns anos, me ajudaram a consumir alimentos de origem animal com a consciência mais leve, além de ampliarem minha visão de forma a me permitir enxergar o alimento com um olhar mais consciente.
A Pática Religiosa
As normas dietéticas é a observância mais importante na tradição Judaica, afirma o Rabino Nilton Bonder em seu livro A Cabala da Comida. E em um olhar ainda que superficial, é possível perceber por que.
O critério que utilizamos para escolher o que levamos a nossa mesa envolve importantes questões éticas. Uma delas está relacionada ao dilema que enfrentei por anos: Como aceitar a ideia de consumir carne animal? É correto tirar a vida de um animal em prol da minha?
A Torá, Livro Sagrado para os Hebreus, os costumes e a liturgia, regulam o comportamento alimentar do Judeu, de forma não apenas a beneficiar a saúde física, mas, sobretudo, a promover uma relação de respeito com a natureza. O conjunto destas regras é denominado Cashrut, e Casher ou Kosher* são termos que se referem ao alimento apropriado para o consumo conforme tais normas.
Em preceitos como a proibição de consumir o sangue do animal e misturar carne e leite numa mesma refeição, esta relação de respeito fica bem evidente. Também existem Leis específicas relacionadas a forma de abate, que visam, especialmente, evitar o sofrimento do animal.
Consumir carne casher (animais abatidos seguindo tais orientações), significa, para mim, participar de um grupo que compartilha as mesmas preocupações.
Porém, a dificuldade de encontrar carne que preencha estes requisitos, nos mercados locais, foi mais uma motivação para retirar o alimento do cardápio. Hoje consumimos apenas peixes.
Ao me aproximar do Judaísmo, inicialmente dei prioridade ao estudo das Leis relacionadas à alimentação, afinal, sempre foi meu ponto fraco. Segundo a tradição Judaica, a alimentação é sinônimo de elevação espiritual, e o autocontrole, não apenas sobre os hábitos alimentares, mas sobre nossas ações de uma maneira geral, seria o mais alto grau que um ser humano pode atingir.
Antes de provar qualquer alimento, mesmo que não seja uma refeição completa, e após seu consumo, recitamos uma bênção específica, relacionada ao tipo de alimento.
Este preceito aplicado a uma atividade cotidiana, geralmente tratada com banalidade, exerceu um efeito extremamente benéfico em meu relacionamento com a comida. A bênção põe um freio na ansiedade, nos desliga do modo automático, e nos ajuda a parar, mesmo que por alguns poucos segundos, para pensar no que o alimento pode realmente representar. Não só calorias; mas energia Divina que mantém a vida. Não apenas os melhores sabores; mas o amor de D’us numa manifestação perceptível.
A prática deste preceito me motivou a mexer com alguns velhos hábitos. Por exemplo, deixei de ‘beliscar’ comida antes das refeições, e até de raspar a vasilha do bolo! Costumes que realmente perderam o sentido quando encarei o alimento como parte importante no meu relacionamento com Ele.
E sob essa perspectiva, a vida adquiriu um sabor indefinível...
Como parte deste, também, eficiente ‘sistema educativo’, o calendário Judaico estabelece seis jejuns públicos anuais, incluindo o Yom Kipur (o Dia o Perdão – o mais Sagrado do ano). Estas datas estão relacionadas a acontecimentos que marcaram a história do Povo Judeu.
Os Rabinos explicam que uma das finalidades do jejum, é nos ajudar a perceber que não somos tão dependentes da comida, como muitas vezes pensamos.
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Como você pode perceber, o fato de assumir minha identidade Judaica, coisa que aconteceu há cerca de dez anos, exerceu grande influência no meu desempenho em equilibrar a alimentação. E minha adaptação às Leis Dietéticas (Cashrut), me ajudou em muitos aspectos neste sentido. Mas este foi um processo que se deu de forma gradual. E hoje, posso dizer que aprendi a dominar meus ‘pontos fracos’, sem culpa, e sem abrir mão do que gosto de comer.
Outra prática religiosa que fez um enorme diferencial em minha vida, foi a observância do Shabat (o sétimo dia da semana; dia Sagrado para os Judeus). Ao tomar a decisão de fazer tudo o que estava ao meu alcance para desfrutar este presente Divino em casa, pude começar a perceber o valor desta grande bênção.
Com a vida agitada que levamos nos nossos ‘dias úteis’, não conseguimos parar para apreciar o que é essencialmente importante.
No Shabat, consigo, por exemplo, fazer as refeições com toda família reunida à mesa, sem me preocupar com horários.
É o único dia da semana que é recebido com um jantar festivo, no qual o cardápio é decidido coletivamente e sem a preocupação com os ponteiros da balança.
Como você deve ter percebido, o fato de assumir minha identidade Judaica, coisa que aconteceu há cerca de dez anos, exerceu grande influência no meu desempenho em equilibrar a alimentação. E minha adaptação às Leis Dietéticas (Cashrut), contribuiu em muitos aspectos neste sentido. Mas este foi um processo que se deu de forma gradual. E hoje, posso dizer que aprendi a dominar meus ‘pontos fracos’, sem culpa, e sem abrir mão do que gosto de comer.
ATUALIZADO EM: 27/07/2017
*Todas as referências bibliográficas e digitais deste post, estão disponíveis em: BIBLIOGRAFIA
*Clique aqui, e veja mais detalhes de como o Judaísmo entrou em minha vida.
*Este post é um trecho adaptado do livro Tudo Sob Controle: Dieta e Manutenção do Peso Ideal.
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